Aventuras em Kanto
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Aventuras em Kanto
Capítulo I
Pé na estrada! Um novo horizonte no velho continente.
Continente
Kanto. Cidade de Pallet. Aqui começa a nossa aventura que contará a
história de Seth, um menino humilde que desde pequeno sonha em se tornar
um Mestre Pokémon. Pois é, a hora chegou. Agora com doze anos de idade,
Seth irá ganhar o seu primeiro companheiro e com ele partirá na jornada
com a qual vem sonhando há tanto tempo.
O despertador começa a tocar no quarto do menino apontando exatas
sete horas da manhã. Ainda sonolento ele senta na cama, esfrega os olhos
e olha em volta do seu quarto. Depois desse dia todo o conforto em que
ele se encontrava agora não passaria de mera lembrança, pois muitas de
suas noites a partir daquele momento ele passaria acampando em florestas
e rotas. Mas ele não se importava afinal quem quer seguir seus sonhos
precisa estar disposto a encarar todos os sacrifícios.
Seth finalmente põe-se de pé e arruma a cama. Ainda com um pouco de
preguiça caminha lentamente até o banheiro onde lava o rosto e escova os
dentes. Aproveitou também para tomar uma ducha, outra coisa que ele não
faria mais com tanta frequência. Voltou para o quarto e começou a se
vestir. Colocou uma calça jeans azul e uma camisa preta. Depois colocou
as meias, calçou seus tênis pretos com detalhes em vermelho e por cima
da camisa um colete vermelho com uma listra branca no meio que estendia
até as golas à altura do pescoço. Colocou protetores de pulso pretos e
por fim um boné vermelho com a aba e um detalhe em branco escondendo
seus cabelos castanhos.
Então
ele desceu as escadas até a sala onde sua mãe, Evelyn, o esperava. Ela
tinha pele clara, olhos castanhos, assim como o filho, e cabelos
castanhos ondulados até os ombros. Usava um vestido branco florido
simples e um avental laranja. Quando ela o viu, falou:
— Filho, sua mochila já está pronta. Coloquei nela tudo o que você
precisa. Deixei também um dinheiro, mas só para emergências!
— Tudo bem mãe, obrigado. - Respondeu Seth.
— Antes de ir ainda falta uma coisa. - Disse a moça que foi até a
pequena cômoda no canto do aposento e de uma das gavetas tirou uma
caixinha com um embrulho. — Comprei isto pra você.
Seth desfaz a fita e depois cuidadosamente retira o embrulho e abre
a caixinha. Dentro dela tinha um pequeno aparelho com vários comandos.
— O que é isso? - Perguntou o menino curioso.
— É um Pokégear multifuncional. Ele tem relógio, rádio, mapa e você
ainda pode trocar mensagens com outros desses e também por e-mail. -
Explicou Evelyn.
— Obrigado mãe! - Disse Seth sorrindo e abraçando a mãe.
— Eu comprei um pra mim também, assim nós podemos manter contato. -
Disse Evelyn retribuindo o abraço. — E só pra lembrar, juízo!
— Alguma vez eu já arrumei problema? - Perguntou Seth, logo depois o
ambiente ficou em silêncio. — Tudo bem, não precisa responder.
Evelyn riu e depois se despediu do filho que saía pela porta. Seth
agora estava do lado de fora da sua casa, pronto para ir atrás do seu
sonho, e não demorou muito até que ele abrisse um largo sorriso e se
dirigisse ao laboratório de pesquisas do famoso Professor Carvalho.
No caminho ele apreciava a brisa leve e a natureza calma, típicas
de uma cidadezinha humilde. No caminho ele encontrava vários Pokémons,
uns livres, outros domesticados. Ele passou pela pequena praia que a
cidade tinha e não demorou muito até chegar ao laboratório. Era um
prédio simples, com detalhes externos que lembravam uma casa de campo.
Do lado uma construção que se assemelhava bastante a um moinho de vento.
Ele respirou fundo e foi até a porta. Ao tocar a campainha foi recebido
por um dos assistentes do professor. Ele usava jaleco e óculos,
aparentando um autêntico cientista.
— Bom dia. - Cumprimentou o homem. — Em que posso ser útil?
— Oi, o meu nome é Seth e eu vim pegar o meu primeiro Pokémon. - Respondeu o garoto.
— Ah, mais um treinador iniciante? Vamos entrando, o Professor vai atendê-lo. - Falou o assistente.
— Com licença. - Falou Seth enquanto entrava.
O interior até que era simples. Claro que como em todo laboratório
de pesquisas encontravam-se por lá várias estantes repletas de livros,
computadores e alguns dos assistentes andando lá e cá em busca de
soluções para seus estudos. Porém era um lugar bem cuidado, com
televisão, sofás, mesinhas e plantas espalhadas pelos cantos. Tudo isso
dava ao local um ar mais aconchegante. Como se já não bastasse Seth
estar admirado com o lugar naquele exato momento descia as escadas
ninguém menos que o Professor Carvalho, até então a maior autoridade em
pesquisas Pokémon na história.
Ele foi até o garoto e o cumprimentou.
— Bom dia. Eu sou o Professor Samuel Carvalho. - Falou o homem sorrindo.
— Bo... Bom dia. - Respondeu Seth sem acreditar que estava frente a frente com uma figura tão marcante.
— Veio pegar o seu primeiro Pokémon? - Perguntou Carvalho.
— Sim, sim. - Respondeu o garoto.
— Venha comigo. - Falou o Professor.
Os dois andaram até uma pequena mesa que havia no canto da sala. Em
cima dela estavam dispostas três pokébolas. O Professor andou até elas e
disse:
— Estes são os três Pokémons iniciais de Kanto.
Ele pegou a primeira pokébola e abriu, revelando o Pokémon que
estava dentro dela. Ele era verde, tinha umas manchas mais escuras,
olhos vermelhos e um enorme bulbo nas costas.
— Este é Bulbasaur, o Pokémon inicial tipo planta. - Falou o Professor. — Ele também tem características de um Pokémon venenoso.
— Bulbasaur! - O Pokémon se apresentou. Ele era bem alegre.
Em seguida Carvalho pegou a segunda pokébola e revelou quem estava
dentro dela. Era um lagartinho laranja com a barriga e a parte de baixo
da cauda amarela. Ele tinha olhos verdes, uma feição dócil e uma chama
acesa na ponta de sua cauda.
— Este é o Charmander. Ele é do tipo fogo. - O Professor apresentou o Pokémon.
— Chaaaaaar! - Charmander fala. Ele também estava alegre, só um pouco menos agitado que o Bulbasaur.
Por fim o último Pokémon foi tirado de sua pokébola. Era uma pequena
tartaruga azul com olhos vermelhos e uma cauda que se assemelhava muito
a de um esquilo. Seu casco era marrom por cima e amarelo por baixo,
essas duas partes separadas por uma borda branca.
— E por último Squirtle, o Pokémon de água. - Falou Carvalho sorridente.
— Squirr! - O Pokémon sorri e se junta aos outros dois.
— E então Seth? Qual Pokémon você escolhe? - Perguntou Carvalho.
Antes que Seth pudesse abrir a boca um menino entra no laboratório
interrompendo os dois e desviando a atenção dos demais presentes no
local. Ele tinha pele clara, cabelos castanhos espetados e olhos
castanhos. Usava camisa e sapatos pretos, com calça e protetores de
pulso em tom lilás. Usava ainda uma pochete cinza. Além dos atributos
estéticos qualquer um reconheceria de longe aquele nariz empinado e seu
jeito de superioridade. Tratava-se de Gary, ninguém menos que o neto do
Professor Carvalho.
— Gary? O que faz aqui? - Perguntou Carvalho surpreso.
— O que você acha? Eu vim pegar meu Pokémon! - Respondeu o garoto.
— Mas eu disse que não precisava vir tão cedo. - Disse o Professor checando o relógio.
Gary então percebeu a presença de Seth no laboratório. Ele olhava a
cena sem entender muita coisa. Gary aproveitando-se disso começou a
provocar.
— Quer dizer então que estava pretendendo dar a ele o privilégio de
escolher primeiro? - Perguntou Gary com um sorriso malicioso. — Olha só
pra ele, não passa de um amador sem conhecimento!
— Quem você está chamando de amador?! - Perguntou Seth furioso.
— Vai me dizer que não é? - Perguntou Gary sarcasticamente. — Veio aqui pra quê?
— Pegar o meu primeiro Pokémon! - Respondeu Seth. — Algum problema?
— Aposto que nunca teve uma batalha antes! - Falou Gary.
— Isso não significa que você seja melhor que eu, afinal você também não tem um Pokémon! - Respondeu Seth.
— Não seja por isso. - Falou Gary. — Vovô, eu quero o Bulbasaur!
— Mas Gary, o Seth tem o direito de escolher primeiro! - Falou o Professor.
— Não se preocupe com isso Professor. - Falou Seth com um sorriso malicioso. — Eu fico com o Charmander.
— Ahn, tudo bem então. - Falou Carvalho.
— Você acha mesmo que só por pegar um Pokémon que leve vantagem
sobre o meu será capaz de me derrotar? - Perguntou Gary rindo em
seguida.
— Isso não tem a ver com o tipo do Pokémon. - Respondeu Seth. — Eu
já planejava ficar com o Charmander desde que o Professor o apresentou.
Fora que o nível de experiência do Charmander me faz acreditar que ele
ainda não seja capaz de usar técnicas de fogo.
O sorriso debochado de Gary logo se transformou em uma expressão séria.
— Você pode ter muito mais conhecimento que eu, mas a experiência
que eu e você e os nossos Pokémons temos de diferença coloca o jogo de
volta à estaca zero. - Completou Seth.
Gary sorriu brevemente e falou:
— Desta vez tenho que admitir que eu fui muito ingênuo de acreditar
que você era um simples amador, mas pelo que parece esse mundo me
presenteou com mais uma grande surpresa.
— Fico lisonjeado. - Seth fechou os olhos e falou confiante.
— Gostei mesmo de você, e me parece que cada um de nós encontrou um rival à altura de nossas expectativas. - Disse Gary.
— Concordo. - Falou Seth.
— Sendo assim a melhor maneira de provarmos isso seria testando
nossas habilidades como treinadores em uma batalha! - O garoto de
cabelos espetados retoma seu olhar confiante.
— Eu aceito o seu desafio! - Disse Seth com o mesmo semblante.
Os dois então fitaram um ao outro. Apesar do clima no momento estar
pesado, dado a rivalidade entre os dois, ainda sim era empolgante não
só para eles, mas também para quem veria aquela batalha. Afinal não era
todo dia que se via um confronto entre dois iniciantes tão inteligentes.
A expectativa era de uma grande batalha.
— Por favor, batalhem lá fora! - Alertou Carvalho interrompendo o
momento. — A faxineira não vem essa semana! Ah, e antes de começarem
quero que fiquem com isto.
— O que é isso? - Perguntou Seth fazendo Gary rir debochadamente.
— É uma PokéDex, uma enciclopédia eletrônica que vocês usarão para
coletar dados dos Pokémons que encontrarem pelo caminho. - Explicou o
Professor. — Meu sonho é ter todas as informações a respeito de todos os
Pokémons desse mundo, mas estou velho demais para sair por aí atrás
deles. Vocês têm muito mais energia que eu e sairão em uma jornada então
eu peço que façam esse favor por mim.
— Sem problemas Professor. - Falou Seth.
— Pode ficar tranquilo vovô. - Falou Gary. — Eu trarei essa PokéDex
completa para você o mais rápido possível. Seth, eu odeio ter que dizer
isso, mas não vou precisar da sua ajuda.
— Já ia dizer o mesmo. - Respondeu Seth.
— Então vamos à batalha! - Falou o Professor entusiasmado.
Todos foram para o lado de fora do laboratório. Seth e Gary se olharam por mais um breve momento e decidiram começar.
— Vai Bulbasaur! - Gritou Gary e Bulbasaur se colocou a sua frente em posição de luta.
— Bulba! - Falou Bulbasaur.
— Vou começar a completar a PokéDex agora! - Falou Seth pegando o aparelho e direcionando-o para o Pokémon planta.
PokéDex:
BULBASAUR - Pokémon Bulbo.
Estágio - 1/3.
Tipo - Planta/Venenoso.
Por algum tempo após o seu nascimento, se desenvolve recebendo
nutrientes vindos do bulbo em suas costas. Vive em áreas florestais e é
extremamente difícil de ser capturado.
— É um bom Pokémon, mas o meu não fica pra trás. - Falou Seth. — Vai Charmander!
— Charmander! - Charmander toma posição de batalha cheio de confiança.
— Também vou colocar minha Dex em ação. - Falou Gary pegando sua PokéDex para analisar o Charmander.
PokéDex:
CHARMANDER - Pokémon Lagarto.
Estágio - 1/3.
Tipo - Fogo.
A chama na ponta de sua cauda funciona como um medidor de sua vida.
Quando está saudável, por exemplo, a chama queima vigorosamente, mesmo
se ele estiver um pouco molhado.
— Hm, nada mal. - Comentou Gary. — Mas essa batalha já está no papo! Bulbasaur use o Tackle!
Bulbasaur investiu contra o Charmander. Em um ato de puro reflexo Seth gritou:
— Charmander, evasiva!
Charmander se esquiva do Pokémon de Gary.
— Agora use o Scratch! - Completou Seth.
— Chaaaaar! - Charmander se aproxima do Bulbasaur rapidamente e lança suas garras contra ele.
— Bulbasaur! - Gritou Gary preocupado.
— Saur! - O Pokémon se levanta um pouco tonto, mas logo se recompõe.
— Use o Growl! - Gritou Gary.
— Um movimento estratégico? Você não é bobo! - Falou Seth sorrindo.
— O Growl é um movimento que afeta diretamente o poder de ataque do
adversário. Os golpes do Charmander a partir de agora farão menos
efeito. - Dizia Gary.
— Não importa! Ataque é ataque, uma hora o seu Bulbasaur não vai aguentar! - Falou Seth. — Charmander! Scratch!
— Bulbasaur, evasiva e depois Tackle! - Comandou Gary.
Bulbasaur esquiva das garras do Charmander e rapidamente se volta
investindo contra o pequeno lagarto. Charmander cai pra trás, mas logo
se levanta.
— Muito bem, eu vou ter que jogar sério agora. Charmander, Scratch! - Gritou Seth.
Dessa vez Charmander acerta Bulbasaur. Os danos causados, é claro,
foram menores que o primeiro golpe devido ao efeito do Growl, mas
Bulbasaur ainda sentiu o impacto.
— Argh! - Resmungou Gary. — Isso não vai ficar assim! Bulbasaur, Tackle!
— Charmander, evasiva! - Gritou Seth e Charmander obedece. — Agora use o Leer!
Charmander lança um olhar para Bulbasaur que o deixa acanhado para atacar.
— Bulbasaur, use o Tackle de novo! - Gritou Gary.
— Charmander, evasiva e Scratch! - Gritou Seth.
Charmander mais uma vez esquiva do ataque do Bulbasaur e o acerta
mais uma vez com suas garras. Bulbasaur não aguente e cai nocauteado.
— Como assim? - Perguntou Gary. — Como eu fui perder?
— O Leer também é um movimento estratégico. Se o Growl comprometia o
ataque do Charmander o Leer diminuía a defesa do Bulbasaur, então foi
como se não houvesse alteração de status. - Explicou Seth.
— Tudo bem. Pelo menos eu percebi que o Bulbasaur é um bom Pokémon.
- Falou Gary retornando o Bulbasaur. — Você fez um ótimo trabalho.
Quanto a você Seth, eu treinarei e da próxima vez você sairá derrotado!
— Não se eu puder evitar. - Falou Seth com um largo sorriso no rosto.
— Acho que está na minha hora. - Falou Gary. — Vovô, quando eu
voltar entregarei esta PokéDex completa. Bulbasaur e Charmander foram só
os primeiros.
— Muito bem então. Estarei esperando. - Falou Carvalho.
— Seth, você até que é inteligente, mas é fraco.
— Retire o que disse! Eu te venci! - Esbravejou o garoto.
— Eu perdi por descuido. Da próxima vez não terá tanta sorte. - Disse antes de se virar e sair pela porta. — A gente se vê.
Seth ficou olhando Gary se distanciar do laboratório. Ele estava
irritado por não ter ganhado de Gary o reconhecimento que merecia, mas
ainda sim estava feliz por ter encontrado um bom rival. Então o
Professor parou ao seu lado.
— E quanto a você Seth? - Perguntou. — Acho que você e o Charmander já podem partir, não?
— Claro. Obrigado pelo Pokémon Professor. Eu trarei a PokéDex
completa para o senhor, pode contar com isso! - Falou Seth. — Vamos
Charmander.
— Char! - Charmander acenou com a cabeça e os dois seguiram em direção a Viridian.
Seth conseguiu seu primeiro Pokémon, venceu sua primeira
batalha, arrumou um rival e aceitou uma dura missão de coletar dados de
todos os Pokémons já vistos no mundo. E agora? Viridian é a próxima
parada. O que ele e o Charmander poderão encontrar por lá? As respostas
ficam para o próximo capítulo!
Continente
Kanto. Cidade de Pallet. Aqui começa a nossa aventura que contará a
história de Seth, um menino humilde que desde pequeno sonha em se tornar
um Mestre Pokémon. Pois é, a hora chegou. Agora com doze anos de idade,
Seth irá ganhar o seu primeiro companheiro e com ele partirá na jornada
com a qual vem sonhando há tanto tempo.
O despertador começa a tocar no quarto do menino apontando exatas
sete horas da manhã. Ainda sonolento ele senta na cama, esfrega os olhos
e olha em volta do seu quarto. Depois desse dia todo o conforto em que
ele se encontrava agora não passaria de mera lembrança, pois muitas de
suas noites a partir daquele momento ele passaria acampando em florestas
e rotas. Mas ele não se importava afinal quem quer seguir seus sonhos
precisa estar disposto a encarar todos os sacrifícios.
Seth finalmente põe-se de pé e arruma a cama. Ainda com um pouco de
preguiça caminha lentamente até o banheiro onde lava o rosto e escova os
dentes. Aproveitou também para tomar uma ducha, outra coisa que ele não
faria mais com tanta frequência. Voltou para o quarto e começou a se
vestir. Colocou uma calça jeans azul e uma camisa preta. Depois colocou
as meias, calçou seus tênis pretos com detalhes em vermelho e por cima
da camisa um colete vermelho com uma listra branca no meio que estendia
até as golas à altura do pescoço. Colocou protetores de pulso pretos e
por fim um boné vermelho com a aba e um detalhe em branco escondendo
seus cabelos castanhos.
Então
ele desceu as escadas até a sala onde sua mãe, Evelyn, o esperava. Ela
tinha pele clara, olhos castanhos, assim como o filho, e cabelos
castanhos ondulados até os ombros. Usava um vestido branco florido
simples e um avental laranja. Quando ela o viu, falou:
— Filho, sua mochila já está pronta. Coloquei nela tudo o que você
precisa. Deixei também um dinheiro, mas só para emergências!
— Tudo bem mãe, obrigado. - Respondeu Seth.
— Antes de ir ainda falta uma coisa. - Disse a moça que foi até a
pequena cômoda no canto do aposento e de uma das gavetas tirou uma
caixinha com um embrulho. — Comprei isto pra você.
Seth desfaz a fita e depois cuidadosamente retira o embrulho e abre
a caixinha. Dentro dela tinha um pequeno aparelho com vários comandos.
— O que é isso? - Perguntou o menino curioso.
— É um Pokégear multifuncional. Ele tem relógio, rádio, mapa e você
ainda pode trocar mensagens com outros desses e também por e-mail. -
Explicou Evelyn.
— Obrigado mãe! - Disse Seth sorrindo e abraçando a mãe.
— Eu comprei um pra mim também, assim nós podemos manter contato. -
Disse Evelyn retribuindo o abraço. — E só pra lembrar, juízo!
— Alguma vez eu já arrumei problema? - Perguntou Seth, logo depois o
ambiente ficou em silêncio. — Tudo bem, não precisa responder.
Evelyn riu e depois se despediu do filho que saía pela porta. Seth
agora estava do lado de fora da sua casa, pronto para ir atrás do seu
sonho, e não demorou muito até que ele abrisse um largo sorriso e se
dirigisse ao laboratório de pesquisas do famoso Professor Carvalho.
No caminho ele apreciava a brisa leve e a natureza calma, típicas
de uma cidadezinha humilde. No caminho ele encontrava vários Pokémons,
uns livres, outros domesticados. Ele passou pela pequena praia que a
cidade tinha e não demorou muito até chegar ao laboratório. Era um
prédio simples, com detalhes externos que lembravam uma casa de campo.
Do lado uma construção que se assemelhava bastante a um moinho de vento.
Ele respirou fundo e foi até a porta. Ao tocar a campainha foi recebido
por um dos assistentes do professor. Ele usava jaleco e óculos,
aparentando um autêntico cientista.
— Bom dia. - Cumprimentou o homem. — Em que posso ser útil?
— Oi, o meu nome é Seth e eu vim pegar o meu primeiro Pokémon. - Respondeu o garoto.
— Ah, mais um treinador iniciante? Vamos entrando, o Professor vai atendê-lo. - Falou o assistente.
— Com licença. - Falou Seth enquanto entrava.
O interior até que era simples. Claro que como em todo laboratório
de pesquisas encontravam-se por lá várias estantes repletas de livros,
computadores e alguns dos assistentes andando lá e cá em busca de
soluções para seus estudos. Porém era um lugar bem cuidado, com
televisão, sofás, mesinhas e plantas espalhadas pelos cantos. Tudo isso
dava ao local um ar mais aconchegante. Como se já não bastasse Seth
estar admirado com o lugar naquele exato momento descia as escadas
ninguém menos que o Professor Carvalho, até então a maior autoridade em
pesquisas Pokémon na história.
Ele foi até o garoto e o cumprimentou.
— Bom dia. Eu sou o Professor Samuel Carvalho. - Falou o homem sorrindo.
— Bo... Bom dia. - Respondeu Seth sem acreditar que estava frente a frente com uma figura tão marcante.
— Veio pegar o seu primeiro Pokémon? - Perguntou Carvalho.
— Sim, sim. - Respondeu o garoto.
— Venha comigo. - Falou o Professor.
Os dois andaram até uma pequena mesa que havia no canto da sala. Em
cima dela estavam dispostas três pokébolas. O Professor andou até elas e
disse:
— Estes são os três Pokémons iniciais de Kanto.
Ele pegou a primeira pokébola e abriu, revelando o Pokémon que
estava dentro dela. Ele era verde, tinha umas manchas mais escuras,
olhos vermelhos e um enorme bulbo nas costas.
— Este é Bulbasaur, o Pokémon inicial tipo planta. - Falou o Professor. — Ele também tem características de um Pokémon venenoso.
— Bulbasaur! - O Pokémon se apresentou. Ele era bem alegre.
Em seguida Carvalho pegou a segunda pokébola e revelou quem estava
dentro dela. Era um lagartinho laranja com a barriga e a parte de baixo
da cauda amarela. Ele tinha olhos verdes, uma feição dócil e uma chama
acesa na ponta de sua cauda.
— Este é o Charmander. Ele é do tipo fogo. - O Professor apresentou o Pokémon.
— Chaaaaaar! - Charmander fala. Ele também estava alegre, só um pouco menos agitado que o Bulbasaur.
Por fim o último Pokémon foi tirado de sua pokébola. Era uma pequena
tartaruga azul com olhos vermelhos e uma cauda que se assemelhava muito
a de um esquilo. Seu casco era marrom por cima e amarelo por baixo,
essas duas partes separadas por uma borda branca.
— E por último Squirtle, o Pokémon de água. - Falou Carvalho sorridente.
— Squirr! - O Pokémon sorri e se junta aos outros dois.
— E então Seth? Qual Pokémon você escolhe? - Perguntou Carvalho.
Antes que Seth pudesse abrir a boca um menino entra no laboratório
interrompendo os dois e desviando a atenção dos demais presentes no
local. Ele tinha pele clara, cabelos castanhos espetados e olhos
castanhos. Usava camisa e sapatos pretos, com calça e protetores de
pulso em tom lilás. Usava ainda uma pochete cinza. Além dos atributos
estéticos qualquer um reconheceria de longe aquele nariz empinado e seu
jeito de superioridade. Tratava-se de Gary, ninguém menos que o neto do
Professor Carvalho.
— Gary? O que faz aqui? - Perguntou Carvalho surpreso.
— O que você acha? Eu vim pegar meu Pokémon! - Respondeu o garoto.
— Mas eu disse que não precisava vir tão cedo. - Disse o Professor checando o relógio.
Gary então percebeu a presença de Seth no laboratório. Ele olhava a
cena sem entender muita coisa. Gary aproveitando-se disso começou a
provocar.
— Quer dizer então que estava pretendendo dar a ele o privilégio de
escolher primeiro? - Perguntou Gary com um sorriso malicioso. — Olha só
pra ele, não passa de um amador sem conhecimento!
— Quem você está chamando de amador?! - Perguntou Seth furioso.
— Vai me dizer que não é? - Perguntou Gary sarcasticamente. — Veio aqui pra quê?
— Pegar o meu primeiro Pokémon! - Respondeu Seth. — Algum problema?
— Aposto que nunca teve uma batalha antes! - Falou Gary.
— Isso não significa que você seja melhor que eu, afinal você também não tem um Pokémon! - Respondeu Seth.
— Não seja por isso. - Falou Gary. — Vovô, eu quero o Bulbasaur!
— Mas Gary, o Seth tem o direito de escolher primeiro! - Falou o Professor.
— Não se preocupe com isso Professor. - Falou Seth com um sorriso malicioso. — Eu fico com o Charmander.
— Ahn, tudo bem então. - Falou Carvalho.
— Você acha mesmo que só por pegar um Pokémon que leve vantagem
sobre o meu será capaz de me derrotar? - Perguntou Gary rindo em
seguida.
— Isso não tem a ver com o tipo do Pokémon. - Respondeu Seth. — Eu
já planejava ficar com o Charmander desde que o Professor o apresentou.
Fora que o nível de experiência do Charmander me faz acreditar que ele
ainda não seja capaz de usar técnicas de fogo.
O sorriso debochado de Gary logo se transformou em uma expressão séria.
— Você pode ter muito mais conhecimento que eu, mas a experiência
que eu e você e os nossos Pokémons temos de diferença coloca o jogo de
volta à estaca zero. - Completou Seth.
Gary sorriu brevemente e falou:
— Desta vez tenho que admitir que eu fui muito ingênuo de acreditar
que você era um simples amador, mas pelo que parece esse mundo me
presenteou com mais uma grande surpresa.
— Fico lisonjeado. - Seth fechou os olhos e falou confiante.
— Gostei mesmo de você, e me parece que cada um de nós encontrou um rival à altura de nossas expectativas. - Disse Gary.
— Concordo. - Falou Seth.
— Sendo assim a melhor maneira de provarmos isso seria testando
nossas habilidades como treinadores em uma batalha! - O garoto de
cabelos espetados retoma seu olhar confiante.
— Eu aceito o seu desafio! - Disse Seth com o mesmo semblante.
Os dois então fitaram um ao outro. Apesar do clima no momento estar
pesado, dado a rivalidade entre os dois, ainda sim era empolgante não
só para eles, mas também para quem veria aquela batalha. Afinal não era
todo dia que se via um confronto entre dois iniciantes tão inteligentes.
A expectativa era de uma grande batalha.
— Por favor, batalhem lá fora! - Alertou Carvalho interrompendo o
momento. — A faxineira não vem essa semana! Ah, e antes de começarem
quero que fiquem com isto.
— O que é isso? - Perguntou Seth fazendo Gary rir debochadamente.
— É uma PokéDex, uma enciclopédia eletrônica que vocês usarão para
coletar dados dos Pokémons que encontrarem pelo caminho. - Explicou o
Professor. — Meu sonho é ter todas as informações a respeito de todos os
Pokémons desse mundo, mas estou velho demais para sair por aí atrás
deles. Vocês têm muito mais energia que eu e sairão em uma jornada então
eu peço que façam esse favor por mim.
— Sem problemas Professor. - Falou Seth.
— Pode ficar tranquilo vovô. - Falou Gary. — Eu trarei essa PokéDex
completa para você o mais rápido possível. Seth, eu odeio ter que dizer
isso, mas não vou precisar da sua ajuda.
— Já ia dizer o mesmo. - Respondeu Seth.
— Então vamos à batalha! - Falou o Professor entusiasmado.
Todos foram para o lado de fora do laboratório. Seth e Gary se olharam por mais um breve momento e decidiram começar.
— Vai Bulbasaur! - Gritou Gary e Bulbasaur se colocou a sua frente em posição de luta.
— Bulba! - Falou Bulbasaur.
— Vou começar a completar a PokéDex agora! - Falou Seth pegando o aparelho e direcionando-o para o Pokémon planta.
PokéDex:
BULBASAUR - Pokémon Bulbo.
Estágio - 1/3.
Tipo - Planta/Venenoso.
Por algum tempo após o seu nascimento, se desenvolve recebendo
nutrientes vindos do bulbo em suas costas. Vive em áreas florestais e é
extremamente difícil de ser capturado.
— É um bom Pokémon, mas o meu não fica pra trás. - Falou Seth. — Vai Charmander!
— Charmander! - Charmander toma posição de batalha cheio de confiança.
— Também vou colocar minha Dex em ação. - Falou Gary pegando sua PokéDex para analisar o Charmander.
PokéDex:
CHARMANDER - Pokémon Lagarto.
Estágio - 1/3.
Tipo - Fogo.
A chama na ponta de sua cauda funciona como um medidor de sua vida.
Quando está saudável, por exemplo, a chama queima vigorosamente, mesmo
se ele estiver um pouco molhado.
— Hm, nada mal. - Comentou Gary. — Mas essa batalha já está no papo! Bulbasaur use o Tackle!
Bulbasaur investiu contra o Charmander. Em um ato de puro reflexo Seth gritou:
— Charmander, evasiva!
Charmander se esquiva do Pokémon de Gary.
— Agora use o Scratch! - Completou Seth.
— Chaaaaar! - Charmander se aproxima do Bulbasaur rapidamente e lança suas garras contra ele.
— Bulbasaur! - Gritou Gary preocupado.
— Saur! - O Pokémon se levanta um pouco tonto, mas logo se recompõe.
— Use o Growl! - Gritou Gary.
— Um movimento estratégico? Você não é bobo! - Falou Seth sorrindo.
— O Growl é um movimento que afeta diretamente o poder de ataque do
adversário. Os golpes do Charmander a partir de agora farão menos
efeito. - Dizia Gary.
— Não importa! Ataque é ataque, uma hora o seu Bulbasaur não vai aguentar! - Falou Seth. — Charmander! Scratch!
— Bulbasaur, evasiva e depois Tackle! - Comandou Gary.
Bulbasaur esquiva das garras do Charmander e rapidamente se volta
investindo contra o pequeno lagarto. Charmander cai pra trás, mas logo
se levanta.
— Muito bem, eu vou ter que jogar sério agora. Charmander, Scratch! - Gritou Seth.
Dessa vez Charmander acerta Bulbasaur. Os danos causados, é claro,
foram menores que o primeiro golpe devido ao efeito do Growl, mas
Bulbasaur ainda sentiu o impacto.
— Argh! - Resmungou Gary. — Isso não vai ficar assim! Bulbasaur, Tackle!
— Charmander, evasiva! - Gritou Seth e Charmander obedece. — Agora use o Leer!
Charmander lança um olhar para Bulbasaur que o deixa acanhado para atacar.
— Bulbasaur, use o Tackle de novo! - Gritou Gary.
— Charmander, evasiva e Scratch! - Gritou Seth.
Charmander mais uma vez esquiva do ataque do Bulbasaur e o acerta
mais uma vez com suas garras. Bulbasaur não aguente e cai nocauteado.
— Como assim? - Perguntou Gary. — Como eu fui perder?
— O Leer também é um movimento estratégico. Se o Growl comprometia o
ataque do Charmander o Leer diminuía a defesa do Bulbasaur, então foi
como se não houvesse alteração de status. - Explicou Seth.
— Tudo bem. Pelo menos eu percebi que o Bulbasaur é um bom Pokémon.
- Falou Gary retornando o Bulbasaur. — Você fez um ótimo trabalho.
Quanto a você Seth, eu treinarei e da próxima vez você sairá derrotado!
— Não se eu puder evitar. - Falou Seth com um largo sorriso no rosto.
— Acho que está na minha hora. - Falou Gary. — Vovô, quando eu
voltar entregarei esta PokéDex completa. Bulbasaur e Charmander foram só
os primeiros.
— Muito bem então. Estarei esperando. - Falou Carvalho.
— Seth, você até que é inteligente, mas é fraco.
— Retire o que disse! Eu te venci! - Esbravejou o garoto.
— Eu perdi por descuido. Da próxima vez não terá tanta sorte. - Disse antes de se virar e sair pela porta. — A gente se vê.
Seth ficou olhando Gary se distanciar do laboratório. Ele estava
irritado por não ter ganhado de Gary o reconhecimento que merecia, mas
ainda sim estava feliz por ter encontrado um bom rival. Então o
Professor parou ao seu lado.
— E quanto a você Seth? - Perguntou. — Acho que você e o Charmander já podem partir, não?
— Claro. Obrigado pelo Pokémon Professor. Eu trarei a PokéDex
completa para o senhor, pode contar com isso! - Falou Seth. — Vamos
Charmander.
— Char! - Charmander acenou com a cabeça e os dois seguiram em direção a Viridian.
Seth conseguiu seu primeiro Pokémon, venceu sua primeira
batalha, arrumou um rival e aceitou uma dura missão de coletar dados de
todos os Pokémons já vistos no mundo. E agora? Viridian é a próxima
parada. O que ele e o Charmander poderão encontrar por lá? As respostas
ficam para o próximo capítulo!
Última edição por Eduardo_Vieira_ em Sáb Out 01, 2011 7:03 pm, editado 1 vez(es)
Eduardo_Vieira_- Treinador Iniciante
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Re: Aventuras em Kanto
caracoles fico show
eu vou le dar de presente um charmander fico muito show nota 100
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Re: Aventuras em Kanto
Capítulo II
O Rattata encrenqueiro e a jovem vigarista.
Tendo vencido sua batalha Seth agora caminha com Charmander pela
Rota 1, em direção à cidade de Viridian. A vitória trouxe mais ânimo
para ambos e serviu até para aproximá-los mais um pouco. O menino olha
para o Charmander andando alegre ao seu lado, como se já fossem amigos
há muito tempo.
— Você está animado também, não é? - Perguntou Seth.
— Char! - Disse Charmander fazendo "sim" com a cabeça.
Depois de algumas horas andando Seth e Charmander resolveram
descansar. Eles caminharam até uma clareira e deitaram-se ao pé de uma
das árvores que haviam por lá.
— Acho que a gente devia descansar um pouco. Você acabou de ter uma
batalha e nunca se sabe quando vamos precisar de você cem por cento. -
Falou o garoto.
Charmander concordou prontamente com seu treinador e os dois se
puseram debaixo de uma árvore. Seth tirou sua mochila e a colocou ao
lado, e não demorou muito até que ele e Charmander acabassem cochilando.
A brisa fresca soprava por entre as gramíneas do campo. Seth sentia
que estava desfrutando do melhor de uma jornada. Não estava em casa, na
sua cama, mas também não queria trocar aquele momento por nada. Para
ele seria perfeito enquanto durasse.Mas como o destino sempre apronta pra cima de todo mundo, atrapalhando
os planos de cada um, quem observava a cena ali perto era um Rattata,
faminto por sinal.
Ele
se aproximava sorrateiramente daquele treinador descuidado e seu
Pokémon na esperança de encontrar comida naquela mochila. Foi então que
Seth mostrou seu lado inexperiente, apesar do talento que possuía.
Sempre se devia tomar cuidado com as rotas. Elas são afastadas das
cidades, portanto não seria surpresa deparar com um Pokémon selvagem a
qualquer momento.
O roedor chegou à mochila e entrou nela para ver se achava algo.
Pokébolas, latas e outros objetos eram jogados pra fora até o Rattata
encontrar algumas frutas que Seth havia colhido no caminho até o
laboratório. Foi então que, para infelicidade do pequeno Pokémon, Seth
acorda e o flagra tentando roubar as frutas. Seth dá um salto
rapidamente ficando de pé, o que acorda Charmander, e o Rattata não
pensa duas vezes antes de fugir o mais depressa que podia.
— Ei! Me devolva essas berries! - Gritava Seth furioso correndo atrás do Rattata e com Charmander logo em seguida.
O Pokémon era muito ágil e rápido. Seth e Charmander tinham dificuldade
em não perdê-lo de vista. Até que o Rattata se cansa e decide parar,
pensando que havia despistado os dois. Seth e Charmander o encurralam e o
menino ameaça pegar as berries. Rattata se põe em posição de batalha e
Seth logo se anima.
— Então você quer uma batalha pelas berries? - O treinador fez uma
pergunta retórica com um sorriso no canto do rosto. — Se é assim então
pra cima dele Charmander!
— Char! - Charmander obedeceu de imediato e se colocou em posição de batalha.
— Certo, então vamos ver um pouco sobre ele. - Falou Seth apontando a PokéDex para o Rattata.
PokéDex:
RATTATA – Pokémon Rato.
Estágio – 1/2.
Tipo – Normal.
Costuma viver em bandos e pode ser encontrado tanto em cidades como
também em florestas devido à sua capacidade de fácil adaptação.
Rattata foi o primeiro a atacar disparando em direção ao Charmander. Era um Tackle.
— Charmander, evasiva! - Gritou Seth com o Charmander obedecendo. — Agora use o Scratch!
Charmander vai pra cima do Rattata com suas garras à mostra. Rattata esquiva do golpe e acerta um Tackle em
cheio no pequeno lagarto, que logo se levanta com um pouco de
dificuldade. Rattata não dá descanso a eles e parte mais uma vez em
direção ao Charmander, armando um novo golpe. Quando chega a certa
distância do Charmander, Rattata se vira de costas e começa a cutucá-lo
com sua cauda. Seth por um momento não entende, mas depois que vê seu
Pokémon atordoado ele conclui:
— Tail Whip.
Enquanto Seth observava o Rattata executar o Tail Whip, o Pokémon roedor vira de frente para Charmander e acerta um belo Tackle nele. O pequeno lagarto não chega a sair do chão, mas sente o impacto do golpe. Seth, já sem paciência, falou pro Charmander:
— Certo, já cansei disso! Se vamos ser os melhores então ninguém pode se meter com a gente!
— Char! - Charmander concordou. A chama na ponta de sua cauda começou a queimar com muito mais vigor.
— Use o Scratch! - Gritou o treinador.
Charmander praticamente voa para acertar o golpe no Rattata. Ele
parecia muito mais rápido, e muito mais leve. Não houve sequer tempo
para que Rattata sentisse dor. Tudo o que ele conseguiu foi se ver
fortemente golpeado pelas presas de Charmander, que já estava com sua
chama normal. O rato insistente ainda tentou se levantar, mas em vão.
Nocaute certo. Seth já ia começar a comemorar, mas parou e pensou:
— Não posso deixar essa chance escapar! - Disse ele pegando uma
pokébola na mochila. — Se eu já tenho o Charmander e capturo esse
Rattata durão com certeza eu vou me dar bem!
Mas a euforia do garoto logo se transformou em desespero quando ele viu
uma pokébola, que não era a sua, ser lançada do nada no Rattata
inconsciente. De trás da moita saiu uma menina. De onde ela tinha vindo?
Provavelmente ela estava assistindo a batalha. Seth, inconformado com o
fato de a menina ter capturado o Rattata que por direito era dele,
começou a esbravejar.
— Ei! Você não pode fazer isso! - Ele gritou. — Esse Rattata é meu!
— Até onde eu sei ele entrou na minha pokébola, então ele é meu. - A menina respondeu friamente.
— Eu tive que batalhar duro pra derrotar esse Rattata, aí você vem e captura ele! Não é justo!
— A vida não
é justa! - Falou a menina. — Se você tivesse um Pokémon mais forte não
teria tanta dificuldade para derrotar esse Rattata, embora ele seja bem
forte. Não tendo dificuldade você já teria derrotado ele, logo eu não
chegaria à tempo de capturá-lo. Encare a verdade. Eu não roubei o
Rattata, você que foi lento demais.
Seth ficou encarando a misteriosa menina enquanto rangia os dentes de
raiva. Ela era até bonita. Tinha cabelos castanhos compridos e lisos.
Seus olhos eram de cor cinza. Ela tinha pele clara e usava uma blusa
azul claro com uma gola preta, uma saia rosa, sapatos brancos com uma
listra da mesma cor da saia em cada, meias azuis até as canelas e um
chapéu branco com um detalhe no mesmo tom de rosa. Carregava consigo
ainda uma bolsa amarela.
—
Ora, não fique assim. - Falou a garota. — Vem comigo, eu vou te
compensar por isso. Estou indo para Viridian, você deve estar indo pra
lá também.
Seth não disse nada. Apenas seguiu a menina. Um tempo depois ele resolveu perguntar:
— Qual o seu nome?
— Kimmy. - Respondeu a menina. — E o seu?
— Seth. - Ele respondeu.
— Olha, me desculpa por ter capturado aquele Rattata. Eu achei ele bem forte e acabei agindo por impulso. - Falou Kimmy.
— Quer saber? Tudo bem. - Respondeu Seth. — Só não faça mais isso.
Kimmy riu. Seth naquele momento já começava a pensar que talvez ela
não tenha feito aquilo por maldade. Então resolveu puxar conversa.
— Aposto que o Rattata não é o seu primeiro Pokémon.
— Se isso fosse mesmo uma aposta você teria vencido. - Falou Kimmy.
— Sendo assim quero uma batalha contra o seu primeiro Pokémon! -
Falou Seth. — Assim que chegarmos à Viridian. Eu vou deixar o Charmander
descansar no Centro Pokémon e depois a gente batalha. O que me diz?
— Eu topo! - Concordou Kimmy sorrindo. — Você sabe que vai perder
pra mim, não é? Afinal eu tenho muito mais experiência que você.
— Eu não contaria com isso. - Falou Seth com um sorriso de superioridade. — Ser mais experiente não significa ser melhor.
— Deixe-me adivinhar. Isso é o que você sempre diz. - Falou a menina com um sorriso no canto da boca.
Os dois se olharam por um momento e sorriram. Foi aquele sorriso como quem diz:
— Olha só pra ela. Não tem a mínima chance contra mim! - Pensou Seth.
— Será que existe alguma chance de eu perder para um amador feito ele? - Pensava também Kimmy.
Após o confronto visual e psicológico eles decidiram de uma vez por
todas seguir para Viridian. Após algumas horas andando eles chegam até a
cidade, bem maior que Pallet mesmo que ainda simples. Seth checa o mapa
que tinha guardado na mochila e conclui:
— É aqui mesmo. Parece que chegamos.
Eles pararam por um tempo para tomar um ar, até que Seth reparou:
— Nossa. Pensei que a gente fosse levar bem mais tempo para chegar.
— Aquela rota nem é tão longa. Eu ainda acredito que fizeram ela só
pra dizer que entre Pallet e Viridian tem estrada. - Falou Kimmy. — O
Centro Pokémon não é longe daqui. Vamos, eu estou com fome. Não como
nada desde cedo.
— Eu tenho essas berries. - Falou Seth oferecendo algumas frutas para a menina.
— Eu pensava em comer algo de verdade. - Disse Kimmy. — Passar muito
tempo comendo frutas não faz muito bem. Ei, que tal irmos a um
restaurante? A comida de lá é melhor que a do Centro Pokémon!
— O único dinheiro que tenho aqui é para emergências sérias. - Falou
Seth. — E se temos comida aqui, então a fome não é uma emergência
séria.
Kimmy ficou emburrada e os dois continuaram andando. Se ela quisesse
comer, seria a comida do Centro Pokémon ou as berries que Seth
carregava. Mesmo sem gostar muito, ela o seguiu até o Centro Pokémon sem
reclamar. Quando chegaram, logo procuraram uma mesa e sentaram-se.
Depois de ajeitar suas coisas Seth se levanta.
— Vou deixar o Charmander com a enfermeira Joy para ele descansar um pouco.
— Aproveitando, poderia levar o Rattata também? - Pediu Kimmy.
Seth concordou sem problemas e levou a pokébola do Rattata, que era
pra ser dele, até a recepção. Deixou os dois Pokémons com a Joy e voltou
para a mesa.
— E então? Qual seu Pokémon além do Rattata? - Perguntou Seth. — Agora fiquei curioso.
— Você só vai vê-lo na hora da batalha. - Respondeu Kimmy com um
sorriso travesso. Seth a princípio não gostou, mas depois sorriu também e
soltou uma leve provocação.
— Não importa. Eu não costumo me lembrar da maioria das minhas vítimas. - Ele disse.
— É? - Perguntou Kimmy com um sorriso cínico, como quem dizia que
aquele jogo de provocações era pra dois. — Pois eu acho que o Rattata é
uma vítima da qual você não vai se esquecer tão cedo.
— É claro que não! Quem se esqueceria de que foi roubado?
— Está me chamando de ladra?
— De heroína que não é!
Os dois se apoiaram com os braços em cima da mesa, inclinados pra
frente e lá ficaram se encarando de perto. A cena despertou certa
curiosidade em quem estava em volta e logo a Joy chegou para
interromper.
— Peço desculpas por ser meio rude, mas seria muito bom se
mostrassem um pouco de respeito e fizessem menos barulho. Isto é um
hospital e depois daquela porta estão Pokémons cansados, doentes e/ou
feridos.
— Me desculpe. - Os dois humildemente abaixaram a cabeça e voltaram a se sentar.
O tempo passou e Joy trouxe as pokébolas de Charmander e Rattata até
o balcão e chamou Seth e Kimmy. Eles caminharam até a enfermeira e
pegaram seus Pokémons de volta. Eles já tinham almoçado e após um
descanso chegou a hora da batalha. Eles caminharam até o lado de fora,
onde em frente havia uma praça bem espaçosa.
— E então? Pronto para perder? - Perguntou Kimmy.
— Eu quem deveria estar perguntando isso. - Rebateu Seth. — Sabe, ainda dá tempo de desistir e evitar a humilhação.
— Falhar não é humilhante. Humilhante é desistir. - Falou a menina.
Seth logo pegou a pokébola do Charmander, já que era seu único Pokémon.
— Charmander, vai! - Gritou o garoto lançando a pokébola. Charmander sai de dentro dela.
— Char!
Kimmy prontamente pega sua pokébola e prepara-se para lançá-la. Seth
finalmente descobriria qual Pokémon ela estava escondendo.
— Antes de começarmos, tenho que te dizer que hoje não é o seu dia
de sorte. - Kimmy falou com um tom de superioridade. — Esta batalha já é
minha! Vai Squirtle!
— Squirtle! Squir! - Squirtle sai da pokébola já preparado para a batalha. Só de olhar já parecia ter muito mais experiência que o Charmander.
— Vejamos o que a PokéDex tem a dizer sobre ele. - Falou Seth apontando a PokéDex para o Squirtle.
PokéDex:
SQUIRTLE – Pokémon Tartaruga.
Estágio – 1/3.
Tipo – Água.
Usa
seu casco como abrigo e escudo, e é capaz de liberar jatos de alta
pressão. É um Pokémon constantemente usado por tropas de bombeiros para
apagar incêndios.
— Até que ele é um Pokémon interessante. - Falou Seth.
— Você ainda não viu nada! Squirtle, use o Tackle! - Gritou Kimmy.
Squirtle corre em direção ao Charmander. Antes que Seth pudesse
pensar em uma maneira evasiva seu Pokémon já havia sido arremessado
alguns metros.
— Charmander! - Gritou o garoto preocupado.
— Char... - Charmander se levanta com dificuldade.
— Tudo bem, agora é a nossa vez de jogar sério! Use o Scratch! - Ordenou Seth.
Charmander corre com suas garras à mostra enquanto Squirtle o esperava.
— Squirtle, evasiva! - Gritou Kimmy com Squirtle a obedecendo em seguida. — Agora use o Tail Whip!
Squirtle começa a cutucar o Charmander com sua cauda. Seth imediatamente toma uma decisão.
— Não deixe o Squirtle te acertar com a cauda! Use o Scratch!
— Hora de terminar com isso. - Falou Kimmy antes de Charmander iniciar o golpe. — Squirtle, Water Gun!
— O quê!? - Seth ficou surpreso. — Impossível!
Um jato de água saiu da boca do Squirtle com uma enorme pressão e
acertou em cheio o Charmander, que caiu nocauteado. Seth não acreditava
em como poderia ter perdido uma batalha de maneira tão rápida.
— Parece que experiência conta bastante em uma batalha, não é senhor sabichão? - Perguntou Kimmy.
— Há quanto tempo você tem esse Squirtle? - Perguntou Seth com uma
expressão séria, até um pouco fria. Ele ainda estava chocado com a
derrota.
— Não se preocupe. Já faz cerca de um mês, tempo suficiente para
progredir bastante. - Falou Kimmy. — Você não perdeu para uma tapada.
— Mesmo assim foi muita inocência minha não cogitar que você estava tanto à minha frente. - Falou o garoto.
— Pare de ficar se culpando! Você ainda vai perder muitas batalhas. -
Disse a menina estressada. — Faz parte da vida. Você perde para
aprender a vencer!
Seth parou por um instante, pensando nas palavras daquela menina que
ele havia conhecido há poucas horas. Depois de um ou dois minutos
Charmander acordou e chegou perto dele. Seth cumprimenta o amigo, se
levanta, vira-se para a menina e diz:
— Talvez eu precisasse mesmo de uma derrota. Não imaginava que estava tão fraco.
— Você não é fraco. - Falou Kimmy. — Só um pouco ingênuo. E
inexperiente. Mas você conhece bastante sobre batalhas, tanto que em
certo momento eu cheguei a me perguntar se você era mesmo um iniciante
ou se estava mentindo.
— Bem, não há muito o que fazer aqui. Não vou enfrentar o Ginásio de
Viridian agora, portanto meu destino é Pewter. - Falou Seth.
— Eu acho melhor você passar a noite no Centro Pokémon. - Sugeriu
Kimmy. — Contando com a tal batalha que você me disse que teve em
Pallet, esta é a terceira de vocês hoje. E por mais que você pare para
que o Charmander descanse o desgaste é muito grande.
— Tem razão. Acho que eu me empolguei demais com essa história de ser um treinador. - Refletiu o menino.
— Dê uma folga ao Charmander e passe a noite no Centro Pokémon. Amanhã vocês estarão prontos para novas batalhas.
Seth concordou com Kimmy e os dois foram tirar o resto do dia a
descansar no Centro Pokémon. A tarde foi embora e a noite chegou,
obrigando as ruas a se iluminar com seus postes. Passada a noite Seth se
levanta bem cedo na manhã seguinte.
— Onde está a Kimmy? - Perguntou ele enquanto esfregava os olhos.
Ele caminhou lentamente até a mesa onde tinha deixado sua mochila e
viu um bilhete em cima dela. Ele abriu o bilhete e leu atentamente o que
tinha escrito nele.
— Não pode ser! - Seth começou a se desesperar enquanto revirava a mochila.
No bilhete, que foi escrito por Kimmy, estava escrito:
"Me desculpe, mas eu precisava de uma refeição digna."
Eduardo_Vieira_- Treinador Iniciante
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Re: Aventuras em Kanto
Capítulo III
Um novo companheiro. Surpresa na Floresta Viridian.
Após finalmente sair de casa para partir em uma jornada como
treinador, Seth conhece Gary Carvalho, com quem tem uma batalha e vence.
Logo depois ele sai de sua cidade natal, Pallet, e segue pela Rota 1
até Viridian. No caminho ele batalha com um Rattata que havia roubado
suas berries, e quando finalmente se prepara para capturá-lo uma
misteriosa menina aparece de surpresa e captura o Pokémon que por
direito seria dele.
Seth fica irritado com a atitude da garota, que se chama Kimmy, mas
logo a perdoa e os dois e continua seu rumo até Viridian acompanhado
por ela. Depois disso eles tiveram uma batalha, que foi vencida por
Kimmy. À noite, enquanto Seth dormia, Kimmy leva o dinheiro que a mãe
dele havia dado para casos urgentes e foge sem deixar rastros.
— Eu não acredito nisso! Ela levou todo o meu dinheiro! - Gritava
Seth furioso. — Quando eu encontrar essa ladra de uma figa ela vai ver
só!
Seth arrumou as suas coisas rapidamente e saiu como um raio do
Centro Pokémon na esperança de encontrar Kimmy, mas em vão. Procurou por
toda a cidade, mas não tinha sinal dela e as pessoas a quem ele
perguntava também não diziam ter visto a menina descrita por ele.
— Sinto muito, mas não vi nenhuma menina assim. - Respondeu uma moça após ouvir a descrição de Seth.
— Ah, de qualquer maneira obrigado. - Seth não tinha idéia de como
encontrar Kimmy e recuperar seu dinheiro. — Que droga. - Resmungou
baixinho.
O tempo passou e a investigação não teve nenhum avanço. Já sem
esperanças de encontrar a menina, Seth resolveu seguir em frente e
partiu com Charmander em direção à Floresta Viridian, ao norte da
cidade. Era a única maneira de se chegar à Pewter, onde ele enfrentaria
seu primeiro Ginásio.
A Floresta era densa, mesmo de dia, devido às muitas árvores que
eram muito grandes e próximas umas das outras. Seth podia ver vários
Pokémons ao seu redor e ficava maravilhado.
— Acho que é uma boa hora para eu capturar um novo Pokémon. - Analisou.
Não demorou muito até que Seth encontrasse um Pidgey que estava
comendo tranquilamente por perto. Ele se aproximou devagar com a PokéDex
na mão para colher informações sobre o pássaro.
PokéDex:
PIDGEY - Pokémon Pombo.
Estágio - 1/3.
Tipo - Normal/Voador.
É dócil e prefere evitar conflitos. No entanto, quando se sente ameaçado pode atacar com violentas tempestades de vento.
— Legal! Esse é meu! - Falou Seth pegando uma pokébola. — Vai Charmander!
— Char! - Charmander sai da pokébola em posição de batalha. O
Pidgey logo desconfia e fica a espera de um movimento do Pokémon
lagarto.
— Charmander, use o Scratch! - Comandou Seth.
Charmander pôs suas garras preparadas e partiu pra cima do Pidgey
com tudo, mas não acertou o golpe pois seu adversário foi mais rápido e
se esquivou muito bem, deixando Seth impressionado.
— Por isso queria chegar logo a essa floresta, os Pokémons daqui
parecem ser bem melhores que os da rota! - Falou o menino com si mesmo. —
Charmander, use o Leer!
Charmander lança um olhar para Pidgey, que fica sem reação.
— Certo, agora use o Scratch! - Gritou Seth.
Charmander dessa vez acerta o Pidgey. O golpe deixou o Pokémon
pássaro realmente irritado, fazendo-o levantar vôo e começar a bater as
asas com muita força e rapidez. Um grande vendaval se formou e começou a
correr pela área, arrastando Charmander junto. Era a especialidade do
Pidgey, Gust. O redemoinho de vento se desfez após alguns segundos e Charmander foi jogado contra uma árvore.
— Isso não vai ficar assim! Charmander, use o Leer! - Gritou Seth perdendo a paciência. — Não admito que um Pidgey selvagem nos vença!
Charmander usou o Leer e Pidgey ficou recuado.
— Agora detona ele! Scratch! - Ordenou o garoto.
Poderia ter sido o golpe decisivo, mas pouco antes do Charmander
desferir suas garras contra o Pokémon pássaro este foi mais esperto e
imediatamente deu um chute no chão jogando areia nos olhos do pequeno
lagarto. Charmander abortou o ataque e parou para limpar os olhos,
tentando recuperar sua visão. Foi um Sand Attack. Pidgey não deu um mínimo tempo para Charmander se recuperar e mandou mais um Gust para segurar a vantagem.
— NÃO! Charmander! - Gritou Seth sem poder fazer nada.
Mais uma vez Charmander foi arremessado pra longe pelo vendaval. O
pequeno lagarto estava bem enfraquecido, foi então que Pidgey partiu
para dar o golpe final. Seria um Tackle muito forte. Seth
precisaria pensar bem rápido, mas em vez disso o próprio Charmander
tomou a responsabilidade da batalha e desferiu uma rajada de pequenas
labaredas que acertaram em cheio o Pidgey, já que este estava vindo de
frente e em alta velocidade e por isso não teve tempo de se esquivar.
— Ember! - Falou Seth surpreso. — O Charmander já aprendeu a usar o Ember!
O fato de ter sido um ataque direto contribuiu para que Pidgey
ficasse enfraquecido. Agora o equilíbrio da batalha estava mais uma vez
estabelecido, já que Seth e Charmander agora tinham uma arma que os
deixariam em condições favoráveis. Pidgey não tomou conhecimento das
desvantagens na batalha e alçou vôo para atacar mais uma vez com um Gust.
— Certo, agora é nossa vez! - Falou Seth. — Agora, Ember!
Charmander lançou uma enorme rajada de brasas em meio a ventania. A
alta temperatura das brasas fez com que o ar esquentasse muito depressa
e mudasse de direção, voltando-se contra o Pidgey.
— Vá atrás das chamas e acerte o Pidgey com um Scratch! - Gritou Seth.
O Pokémon pássaro conseguiu se esquivar do redemoinho de vento, mas
não contava com garras vindo em sua direção. Ele foi fortemente
golpeado, indo diretamente a nocaute. Seth não perdeu tempo e pegou uma
pokébola. Antes ele olhou para todas as direções da floresta e
certificou-se de que não havia ninguém por perto.
— Agora não tem erro... Pokébola, vai! - Gritou ele arremessando a cápsula em direção ao Pidgey inconsciente.
Ao tocar o Pokémon, a pokébola se abriu e o envolveu com um feixe de
luz que o sugou para dentro dela. A pokébola começou a balançar de um
lado para outro enquanto o botão bem ao meio piscava incessantemente.
Depois de alguns segundos a pokébola parou de balançar e lá ficou,
inerte. A captura havia sido um sucesso. Seth caminhou até a pokébola, a
pegou e ergueu-a gritando eufórico:
— Eu capturei um Pidgey!
— Char! - Charmander comemorava ao lado de Seth a chegada de um novo companheiro na equipe.
— Isso mesmo, agora somos três! - Falou Seth.
O garoto retornou seu Charmander para a pokébola para evitar
desgaste, já que ainda havia um bom caminho pela frente antes de chegar a
Pewter. Após andar um pouco mais ele percebeu que nem havia passado no
Centro Pokémon de Viridian para recuperar o Pidgey dos danos da batalha,
talvez até pela euforia na hora da captura ele tenha se esquecido desse
detalhe. Mas já não havia como voltar, pois eles se encontravam bem
adiantados. Voltar agora seria perda de tempo. Foi então que Seth se
lembrou que fez algumas compras em Viridian. Ele parou, abriu a mochila e
de dentro dela tirou uma potion.
— Perfeito. - Murmurou o garoto.
Ele abriu a pokébola do Pidgey, libertando-o para que pudesse fazer
o tratamento. O Pokémon recém-capturado não dava suspeita de que
tentaria uma fuga. Por alguma razão ele já parecia saber que estaria bem
com Seth por perto. Seth apontou a potion para um ferimento na asa
esquerda do Pidgey.
— Pode arder um pouco, mas eu garanto que logo você não vai sentir
mais nada. - Falou calmamente antes de borrifar o medicamento.
Ele espirrou calmamente o jato na asa do Pidgey, que quase
instantaneamente ficou curado. Nem mesmo Seth acreditou que o resultado
poderia ser tão imediato quanto ele tinha acabado de ver. Então ele
retornou seu mais novo Pokémon para dentro da pokébola e seguiu em
frente, ansioso por chegar a Pewter, onde teria seu primeiro grande
teste.
Enquanto caminhava pela estreita estrada de terra no meio da
floresta, com a mata fazendo margem a ela, Seth parecia pensativo,
imaginando como seria o Ginásio de Pewter, como seria a emoção de
encarar um desafio de verdade. Mas ele ainda estava preocupado, pois
havia treinado muito pouco, fora que das duas batalhas que enfrentou
venceu apenas uma. Ele decidiu então parar em uma clareira por perto e
libertou Charmander e Pidgey de suas pokébolas.
— Bem, é isso aí gente. - Falou o menino. — As coisas daqui pra frente serão bem complicadas, precisaremos de muito treino!
Os Pokémons ouviam Seth atentamente enquanto ele passava as instruções de treino.
— Pidgey, vamos trabalhar o seu movimento Gust. - Falou Seth. — Ele é muito bom, e se melhorar teremos uma grande vantagem!
— Grooo! - O pássaro gorjeou concordando com Seth.
— Quanto a você Charmander, vamos trabalhar para aprimorar o Ember!
— Charmander!
— Bom, temos muito trabalho a fazer! Vamos começar! - Disse Seth e o treinamento começou.
Passaram-se cerca de três horas. Pidgey parecia estar controlando bem o Gust, porém Charmander tinha dificuldades para executar seu Ember.
Entre alguns intervalos de tempo Seth e seus companheiros faziam uma
pausa de todo aquele trabalho duro, até que decidiram parar de vez.
— Bem, por hoje é só. - Falou Seth. — Pidgey, conseguimos alguns
avanços, mas tenho certeza de que dá pra melhorar. Descanse por hoje.
O menino retornou o Pokémon voador para dentro da pokébola, ficando
apenas com o Charmander do lado de fora. Seth tinha algo a dizer.
— A sua situação é um pouco mais complicada. - Disse o menino. —
Acho que você ainda não está pronto para aprimorar o Ember, até por ser
um movimento que você acabou de aprender. Não entendo, até porque você
usou esse ataque muito bem contra o Pidgey. Mas vamos continuar
tentando!
— Char! - Charmander concordou. Ele parecia mesmo interessado em se tornar cada vez mais forte.
— Então no treino de amanhã nós vamos até o seu limite. - Falou
Seth. — Assim posso saber melhor até onde você aguenta. Mas agora é
melhor montar o acampamento. Está ficando escuro e vocês precisam
descansar.
Seth tirou da mochila um saco de dormir, acendeu uma fogueira com
ajuda das brasas do Charmander e depois o retornou para a pokébola.
Comeu alguma coisa e foi dormir.
Enquanto a floresta estava escura para onde se olhava a clareira
onde Seth acampava estava levemente iluminada pela luz do luar. Ainda
acordado ele olhava para o céu estrelado e ficava pensando em como as
coisas seriam dali em diante. Tudo que ele sabia era que não seria nada
fácil, mas ainda assim era um presente para qualquer garoto de doze anos
de idade que respirava aventura dia e noite.
— Ainda estou com fome. - Disse o garoto, se levantando e revirando
a mochila. — Pelo menos aquela golpista não levou a minha comida...
AAAAAAAAAAH!!! Toda vez que eu penso nela eu começo a ferver de raiva!
Ele sentou-se em baixo de uma árvore e começou a comer alguns
petiscos. Trouxe seus Pokémons para fora para comerem também, pois
deviam estar com fome. Enquanto comia, Seth pensava em muitas coisas ao
mesmo tempo, desde o dinheiro que lhe foi roubado, até o desafio no
Ginásio de Pewter e o treinamento com Charmander e Pidgey.
— Realmente é muita coisa pra se pensar. - Falou Seth. — Quem diria
que a vida de um treinador pudesse ser tão complicada, e logo no
início!?
Seth então retornou seus Pokémons de novo e foi se deitar. A noite
passou e lá estava o menino pronto para seguir viagem. Após andar mais
um pouco ele ouviu um grito de socorro vindo de não muito longe dali.
— SOCORRO!!! - Ecoava o grito pela floresta.
— Essa voz... - Seth pensou por um momento. - Kimmy!
O menino saiu correndo tentando seguir os gritos até que avistou
Kimmy cercada por um homem e uma mulher. Ele parou por trás de uma
árvore e começou a observar atentamente a cena.
— Pare de gritar e nos entregue esse dinheiro! - Gritou o homem impaciente.
— Não! - Kimmy resistia.
O que Seth irá fazer? Ele ajudará Kimmy a sair dessa situação
mesmo depois de tudo o que ela fez? E quem são essas pessoas? As
respostas para estas perguntas estarão no próximo capítulo de Aventuras
em Kanto
Eduardo_Vieira_- Treinador Iniciante
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Re: Aventuras em Kanto
Capítulo IV
Team Rocket! O mal toma sua forma.
Kimmy estava cercada por duas pessoas estranhas, que também não
pareciam querer ajudá-la. Longe disso. Eles estavam usando os mesmos
trajes, como se fosse um tipo de uniforme. Eram pretos e com um enorme
“R” vermelho nas camisas. As luvas e botas da mulher eram brancas,
enquanto as do rapaz eram meio cinzentas.
— Anda logo sua pirralha, não temos tempo! – Falou o homem cada vez mais impaciente.
— Não! – Disse Kimmy.
— Pois é Vergel, vamos ter que pegar à força. – Disse a mulher com
um sorriso maligno estampado no rosto. Com certeza aqueles dois não eram
pessoas de bem.
Vergel tinha pele clara, cabelos castanhos e olhos pretos. Media
por volta de 1,80 e aparentava ter uns dezenove anos. A mulher, chamada
Leyla, era um pouco mais alta, tendo por volta de 1,85m. Ela tinha vinte
e três anos, cabelos compridos bem marrons e olhos da mesma cor. Ela
tinha também certo requinte, uma postura de classe. Seu jeito lembrava o
de uma mulher da alta sociedade.
— Pensei que vocês só roubassem Pokémons! O que querem com esse dinheiro? – Perguntou Kimmy.
— Estamos com fome e não comemos nada desde ontem. – Falou o homem
que, como havia dito a mulher, se chamava Vergel. — Se ela não quer nos
dar a grana então o bicho vai pegar. Vai Grimer!
Grimer sai da pokébola. Ele parecia apenas um amontoado de lama tóxica, mas era na verdade um Pokémon bem poderoso.
— Droga! – Disse Kimmy pegando a PokéDex.
PokéDex:
GRIMER – Pokémon Lama.
Estágio – 1/2.
Tipo – Venenoso.
Seu corpo é constituído de lama tóxica. Ele pode ser encontrado em lagos
e córregos poluídos, e em algumas cidades no sistema de esgoto.
— Leyla, explica pra essa fedelha o que acontece quando uma criança não obedece aos adultos. – Disse Vergel.
— Não preciso dizer. – Falou Leyla. — Ela verá com os próprios olhos. Vai Murkrow.
A pokébola se abre e um pássaro preto saiu de dentro dela. Na sua
cabeça uma crista estranha, também preta, lembrava um chapéu. Era um
Pokémon até engraçado, exceto pela cara que ele fazia para Kimmy.
— Um Murkrow? Em Kanto? – Seth se perguntou enquanto pegava a sua PokéDex.
PokéDex:
MURKROW – Pokémon Corvo.
Estágio – 1/2.
Tipo – Voador/Trevas.
Existe uma pequena superstição em torno desse Pokémon que o julga como
símbolo de má sorte. Costuma juntar objetos brilhantes que encontra.
— Muito bem, se não vai nos entregar esse dinheiro por bem então vamos pegá-lo à força! – Falou Vergel.
Kimmy já estava nervosa. Sozinha ela não conseguiria vencer aqueles
dois. Seu Rattata não era tão experiente e o Squirtle, que era o único
Pokémon que poderia derrotá-los, não daria conta dos dois de uma só vez.
— O que eu faço? – Perguntou Kimmy.
— Acho que eu vou comprar essa briga! – Disse Seth aparecendo de trás das árvores.
— O que você está fazendo aqui!? – Perguntou Kimmy ainda mais nervosa.
— Não achou que ia levar o meu dinheiro tão fácil, achou? – Disse o
garoto. — Pois vejo que tem mais gente de olho nele, então vou ter que
entrar nessa.
— O que pretende fazer? Lutar ao meu lado? – A menina continuava perguntando. — Idiota! Eles são muito fortes!
— Quase isso. – Respondeu Seth. — Vou lutar contra eles, mas não ao seu lado. Eu só quero o meu dinheiro de volta.
Seth se preparava para entrar de vez na briga enquanto Kimmy o
observava. Mesmo que o Seth tenha dito que não batalharia por mais nada
além do dinheiro ela sabia que deveria lutar ao lado dele, pois era
melhor devolver o dinheiro pro menino do que perdê-lo para aqueles dois.
— Pois eu vou tirar esses dois idiotas do nosso caminho, pode ficar
olhando ou me ajudar. – Falou Kimmy. — Se quer uma chance de ter seu
dinheiro de volta eu sugiro que você aceite a segunda opção.
Seth não tinha como argumentar contra a menina, então ele aceitou.
— Tudo bem, eu batalho ao seu lado. – Disse ele. — Mas eu fico com o dinheiro!
— Certo. – Concordou Kimmy. — No momento só quero tirar esses dois do meu caminho.
— Vai Charmander! – Seth lançou a pokébola e de dentro saiu Charmander.
— Char! – Disse o Pokémon lagarto.
— Ok Squirtle, eu escolho você! – Foi a vez de Kimmy fazer sua escolha.
— Squirr! – Falou Squirtle.
— Heh, parece que eles vão querer fazer as coisas do jeito difícil! – Falou Vergel debochadamente.
— Então eles acham que podem nos derrotar? – Disse Leyla. — Certo. Murkrow, use o Pursuit no Charmander.
Enquanto Vergel era mais empolgado com batalhas, Leyla mantinha o
mesmo semblante calmo de sempre. Ela nunca gritava, nem mesmo quando
estava irritada. Porém era uma tranqüilidade que assustava, ainda mais
pelo olhar de intimidação que ela lançava.
— Squirtle, proteja o Charmander e use seu Water Gun no Murkrow! – Falou Kimmy.
O movimento saiu como Kimmy havia planejado. O disparo do Squirtle acertou em cheio o Murkrow, que logo se levantou.
— Não o machucou muito. Ele se levantou rápido. – Falou Seth. — Eles são realmente fortes.
— É como eu disse, tenha cuidado. – Falou Kimmy.
— Não vai ficar assim! – Disse Vergel. — Grimer, acerte-os com o Toxic!
— Evasiva! – Gritaram os dois treinadores para seus respectivos Pokémons.
Charmander e Squirtle evadiram o ataque perfeitamente, mas Vergel já havia se preparado para esse tipo de imprevisto.
— Agora que os dois se separaram não há como o Squirtle defender você! – Disse ele. — Grimer, use o Sludge Bomb no Charmander
Ao mesmo tempo Leyla resolveu dar um novo comando.
— Murkrow, acerte o Squirtle com o Peck. – Falou tranquilamente a mulher.
— Squirtle, intercepte o ataque com o Water Gun! – Comandou Kimmy.
Squirtle acertou um jato que o Murkrow e nem mesmo Leyla esperavam.
O Pokémon voador foi arremessado alguns metros pela pressão da água e
bateu com muita força no tronco de uma árvore. Enquanto isso Seth
tentava derrotar Vergel.
— Mas que droga! – Reclamava o menino. — Ataques normais quase não
surtem efeito nele! E o Charmander ficou prejudicado depois de ter
recebido aquele Sludge Bomb...
— O corpo do Grimer é feito de lama, então é bem flexível. Mesmo
que usados com força máxima ataques normais não farão muito efeito! –
Disse Vergel rindo em seguida. — Encare os fatos garoto, você não pode
me derrotar!
— Se ataques normais não adiantam, então eu vou usar fogo! – Falou Seth. — Charmander, acerte-o com Ember!
Charmander começou a formar uma chama em sua boca, dando a
impressão de que dali sairia um ataque poderoso. Apenas impressão. O que
se viu foi o Pokémon lagarto cuspir uma pequena brasa. Um balde de água
fria na confiança de Seth e Charmander.
— Isso é tudo? ESSE é o poder do seu Charmander!? Não me faça rir! – Disse Vergel. — Grimer, use o Sludge Bomb mais uma vez!
— Charmander, evasiva! – Falou Seth e Charmander se esquivou dos tiros de lama. — Agora use o Scratch!
O Pokémon lagarto foi em direção ao Grimer e, com suas garras,
conseguiu rasgar o corpo do Pokémon venenoso. Seth já estava prestes a
comemorar, mas pra sua infelicidade o corpo de Grimer regenerou-se,
sendo também que o Pokémon não fez uma mínima expressão de dor ao
receber o golpe.
— Como isso!? – Perguntou-se o menino confuso.
— Você é muito ingênuo, garoto. – Falou Vergel. — Se você tivesse
observado melhor, ou pelo menos ouvido sua PokéDex direito, perceberia
facilmente que o corpo do Grimer é feito de lama!
— Droga, eu me esqueci! – Disse Seth.
— Seu Charmander pode cortá-lo quantas vezes quiser! O corpo do
Grimer vai regenerar sempre que for preciso! – Falou o Rocket esboçando
um sorriso diabólico. — Essa batalha já tem dono.
— Não é verdade! Charmander, tente o Ember mais uma vez! – Disse Seth.
Em vão. O resultado foi o mesmo de antes. Aquela pequena brasa
cuspida sem o menor efeito nos adversários. Do outro lado da batalha
Kimmy também estava em sérias dificuldades.
— Squirtle! – Gritou Kimmy após ver seu Pokémon arremessado por um Tackle do Murkrow.
— Não pense que você está em vantagem nesta batalha por causa de um ataque surpresa! – Disse Leyla. — Murkrow, use o Pursuit!
— Evasiva e Tail Whip! – Falou Kimmy.
Squirtle seguiu os comandos de sua treinadora de maneira impecável.
Apesar de ser um Pokémon tartaruga ele era bem ágil, o que certamente
ajudava bastante nas esquivas. Após evadir o Pursuit ele foi até o
Murkrow e o acertou com sua cauda. O Pokémon corvo não sofreu danos,
mas sofreu um prejuízo no seu potencial de defesa. Era a hora certa para
Kimmy virar o jogo a seu favor.
— Ele parece meio atordoado... – Pensou a garota. — Não é hora de ficar pensando. Squirtle, use o Water Gun para terminar de vez com isso!
Foi então que o pequeno Pokémon desferiu um jato que acertou em cheio Murkrow, que caiu nocauteado.
— Beleza! – Vibrou Kimmy. — Excelente trabalho Squirtle!
— Volte Murkrow. – Disse Leyla retornando seu Pokémon. — Você teve
um pouco de sorte criança, por isso não fique se gabando. Até porque seu
amiguinho está em desvantagem.
Pois é, infelizmente Leyla estava certa. Seth passava por uma
situação sufocante na batalha contra Vergel. O Grimer dele era bem mais
poderoso que o Charmander, talvez até mesmo que o Squirtle de Kimmy,
para quem Seth havia perdido no dia anterior.
— Seth! – Gritou Kimmy que se aproximava com Squirtle.
— Está tudo sob controle. – Respondeu o garoto. — E nem pense em tentar me ajudar. Essa batalha é minha!
— Você é muito convencido mesmo! – Falou Vergel. — Depois de tudo você ainda acha que pode me derrotar?
— Eu tenho certeza! – Respondeu Seth.
— Ótimo, vou acabar com essa sua arrogância de uma vez por todas. Grimer, use o Leer. – Disse o Rocket.
Charmander foi acertado pelo Leer de Grimer e perdeu um
pouco da sua defesa. Ele já estava fraco e Seth já não tinha mais nada
em mente. Embora tentasse parecer tranquilo no fundo ele estava tenso, o
que o impedia de planejar algo que pudesse fazer com que ele retomasse
uma posição de vantagem na luta.
— Parece que você não tem nenhuma carta na manga. – Falou Vergel
com um sorriso maléfico. — Até que você foi bem para um moleque, mas
isso acaba aqui. Grimer, SLUDGE BOMB!
— CHARMANDER! – Gritou Seth num ato de reflexo.
O grito desesperado de seu treinador parece ter acordado
Charmander. O Pokémon lagarto estava com outro olhar, dessa vez bem
sério, substituindo o semblante preocupado de antes. Foi então que ele
abriu sua boca antes que as bombas de lama chegassem até ele e de dentro
dela foi expelida uma feroz rajada de brasas flamejantes. Enfim um Ember perfeito. Seth não acreditava no que via assim como Kimmy e Leyla, que observavam perplexas.
— Mas... O quê... – Vergel parecia sem reação. O sorriso confiante
de outrora se tornou uma expressão de surpresa. Ele estava gélido, como
se tivesse levado o maior susto de sua vida.
— Char-mander... – Saiu baixinho da boca de Seth.
Ninguém cogitava a possibilidade de uma virada como essa, tendo em
vista que a batalha já estava visivelmente próxima de um fim trágico
para Seth e seu Pokémon. Mas quando as brasas cessaram o panorama da
batalha já não era o mesmo. Grimer estava seriamente ferido, enquanto
Charmander parece ter ganhado forças para resistir após esse golpe.
— Ele ainda ficou de pé? – Perguntou Seth. — Bem, agora ele está
frágil e Charmander parece ter ganhado confiança. Nós podemos vencer
essa batalha!
— Vai sonhando! – Falou Vergel. — Grimer, Body Slam!
— Ele ensinou o Body Slam para o Grimer? – Perguntou Kimmy assustada.
— É um ataque poderoso. – Disse Leyla. — Considere o seu amigo perdido!
Grimer fez o movimento para acertar Charmander. Embora tivesse
recuperado a confiança após aquele Ember fantástico, ele já estava sem
forças e certamente não aguentaria um ataque poderoso como o Body Slam.
Mas por sorte Grimer estava fraco demais e acabou desabando em frente
ao Charmander. O Pokémon dos Rockets tentou ao máximo se levantar, mas
não resistiu e acabou nocauteado. Era o fim da batalha. Eles derrotaram
os Rockets.
— Malditos moleques! – Gritou Vergel.
— Vocês estarão perdidos! Não pensem que vão se livrar de nós. –
Disse Leyla. — Se vocês não tivessem resistido e nos entregado o
dinheiro por bem nós deixaríamos vocês em paz!
— Mas já que preferiram lutar com a gente então nós vamos voltar. –
Falou Vergel. — Vocês ainda vão ouvir falar muito na Team Rocket!
Dito isso os dois sumiram pela floresta sem deixar rastros.
Cansados por causa da dura batalha Seth e Kimmy resolveram descansar.
— Sabe... Obrigada pela ajuda. – Agradeceu Kimmy totalmente sem graça depois de tudo o que fez.
— Eu já disse que não batalhei por você. – Respondeu Seth friamente. — Eu só quero o meu dinheiro de volta.
Kimmy abriu sua mochila e de dentro dela tirou o envelope onde
estava guardado o dinheiro de Seth, e entregou ao menino. Ele, sem falar
nada, apenas pegou o envelope, checou se o dinheiro todo estava lá
dentro, e colocou de volta na sua mochila e voltou a desviar o seu olhar
da menina.
— Quem eram eles? – Perguntou Seth.
— Team Rocket. – Respondeu Kimmy meio cabisbaixa. — Uma organização
criminosa que usa Pokémons para executar seus planos malignos. Eles são
horríveis, e parecem estar tramando algo bem sério dessa vez.
— Você parece saber bastante sobre essa tal Team Rocket. – Falou Seth.
— Eu... Li sobre eles. – Disse a menina com um olhar distante.
Eles permaneceram lá por mais um tempo em silêncio. Kimmy então levantou-se.
— Você está indo enfrentar o Ginásio de Pewter, não? – Perguntou a menina.
— Sim, por quê? – Disse Seth estranhando a pergunta.
— Você sabe que mesmo aprimorando o Ember seu Charmander não vai
conseguir vencer os Pokémons de lá, que são do tipo pedra. – Explicou
Kimmy. — Capturou mais algum Pokémon?
— Sim, eu peguei um Pidgey. – Respondeu o garoto.
— Também não será o suficiente... – Disse a menina.
Kimmy por um momento parou e começou a pensar. Não levou muito
tempo até que ela tivesse uma boa idéia. Ela abriu sua mochila, de onde
tirou uma pokébola que entregou a Seth.
— O que é isso? – Perguntou o garoto confuso.
— Eu sei que você está irritado comigo por tudo, e que batalhou
apenas para recuperar seu dinheiro. Mas querendo ou não você me salvou
deles, e eu acho que devia agradecer de alguma forma. – Disse a menina
meio sem graça. — Bem, eu acho que você devia aceitar, pois vai te
ajudar bastante no Ginásio.
Seth pegou a pokébola, também um pouco sem jeito, e a abriu para
ver o Pokémon que havia dentro dela. Era um Pokémon engraçado. Redondo,
azulado, não tinha braços, só os pés e uma cauda, assemelhando-se a um
girino. Sua barriga era branca e possuía um desenho de uma espiral.
PokéDex:
POLIWAG – Pokémon Girino.
Estágio – 1/4 (com mais de uma possibilidade de evolução).
Tipo – Água.
É encontrado em lagos e prefere lugares calmos. Acredita-se que possua
habilidades hipnóticas em função da figura espiral na sua barriga.
— Um Poliwag? – Perguntou o garoto. — Eu agradeço, mas não posso aceitar um Pokémon que eu não capturei.
— Por favor, considere isso como um pedido de desculpas. – Implorou Kimmy.
Seth deu um profundo suspiro e aceitou o Pokémon.
— Tudo bem, eu vou ficar com ele. – Falou o garoto começando a
sorrir. — Mas vamos descansar por hoje e treinar amanhã cedo. Quero ver
as habilidades dos meus TRÊS Pokémons!
Kimmy deu um leve riso, e então pegou suas coisas.
— Bem, acho que eu já posso ir embora. – Dizia a menina.
— Espere! – Gritou Seth, que após despertar a atenção de Kimmy
ficou meio sem graça. — Você... Não quer, sei lá... Seguir viagem com a
gente?
— Como? – A menina tentava disfarçar o sorriso que forçava sair,
seus olhos começaram a brilhar e ela estava levemente corada.
— Sei lá, vai que aqueles dois resolvem atacar você... Digo, a
gente de novo! – Falou Seth. — Se estivermos juntos fica mais difícil
para eles nos derrotarem. Mas saiba que eu ainda vou ficar de olho em
você!
— Hehe, tudo bem. – Concordou Kimmy percebendo que Seth parecia se
importar com ela. — Eu prometo ser uma boa menina daqui pra frente.
Aquele que talvez tenha sido o dia mais agitado da vida de Seth
desde que ele saiu em uma jornada estava chegando ao fim. Ele e Kimmy se
preparavam para dormir, pois um treinamento duro e a cidade de Pewter
esperam por eles no próximo dia.
Eduardo_Vieira_- Treinador Iniciante
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Re: Aventuras em Kanto
Capítulo V
Último treino. Bem-vindos à Pewter!
Após passarem por um dia complicado na Floresta Viridian, Seth e
Kimmy conseguem se sair bem, mesmo em situação desfavorável. Eles
derrotaram dois integrantes da Team Rocket que possuíam Pokémons
visivelmente mais fortes que os deles. Seth conseguiu seu dinheiro de
volta e ganhou um Poliwag de Kimmy, a quem logo depois ele fez um
convite para que seguisse com ele em sua jornada.
Agora eles se aproximam da cidade de Pewter, onde Seth enfrentará
sua primeira batalha de Ginásio em busca de uma das insígnias oficiais
da Indigo League. Mas pouco antes de deixarem a floresta eles param.
— Ei, olha só. – Falou Seth sorrindo, como alguém que havia encontrado algo. — Esse lugar é perfeito!
— Tem certeza? – Perguntou Kimmy. — Não é melhor treinar na rota? A gente pode acabar se perdendo... De novo.
Desde que acordaram os dois já haviam se perdido outras duas vezes.
A saída da floresta era ainda mais confusa que a entrada.
— Não esquenta, o portão de saída está ali do lado. – Falou o
menino apontando para dois postes enormes de ferro, que podiam ser
vistos acima das árvores. — Só vejo dois postes gigantes. – Falou Kimmy.
— Aqueles dois postes são desse tamanho para orientar os
treinadores que estão dentro da floresta. – Explicou Seth. — Desde que
nós possamos enxergá-los, vamos saber onde estamos.
— Ótimo, e eu louca para tomar um banho lá no Centro Pokémon. – Resmungou a menina.
— Não vamos demorar muito aqui. – Disse Seth. — É só um treino para
saber se meus Pokémons estão prontos para encarar o Ginásio.
Seth colocou seus três Pokémons para fora de suas respectivas
pokébolas, apresentou o Poliwag à equipe e deu início às atividades,
depois de uma pequena conversa. Kimmy observava atentamente o que o
garoto fazia.
— Muito bem, vamos começar com você... – Dizia Seth escolhendo um de seus Pokémons, até que se decide. — Charmander!
— Char! Char! – O Pokémon ficou alegre por ter sido o primeiro a ser escolhido.
— Muito bem Charmander, eu quero ver aquele seu Ember mais uma vez. – Disse o menino. — Você consegue fazer?
— Charmander! – Disse confiante o Pokémon fazendo “sim” com a cabeça.
— Então vamos lá! – Disse Seth apontando para uma rocha. — Use o Ember com força total naquela rocha!
Charmander estufou seu peito de uma forma tão confiante que a
impressão que causava era a de que dali iria sair um Fire Blast em vez
do Ember. Mas no final das contas não foi uma coisa nem outra. Mais uma
vez Charmander apenas cuspiu uma pequena brasa, que logo esfriou.
— Hã? O que houve? – Perguntou Seth confuso.
— Parece que aquele Ember que derrotou os Rockets foi apenas um reflexo de medo. – Disse Kimmy.
— O que você quer dizer? – O menino continuava sem entender nada.
— O verdadeiro poder do Charmander ainda não foi mostrado. Bem,
muitas vezes o medo faz com que façamos coisas além das nossas
capacidades. – Explicava a menina. — O Charmander, temendo a derrota
para o Grimer, conseguiu liberar um pouco desse poder que está preso
dentro dele. Se você treinar muito duro e conseguir fazer com que o
Charmander consiga ter esse poder ele se tornará um Pokémon extremamente
poderoso. Mas no momento é preciso ter paciência.
— Entendi. – Falou Seth, agora olhando para o seu Pokémon. — É,
amigo. Parece que vai demorar mais um pouco para você poder fazer outro
Ember igual àquele.
— Char... – O Pokémon ficou cabisbaixo, com uma expressão de decepção. Seth percebeu e tentou animá-lo.
— Não há motivo para você ficar assim. – Disse o menino se
agachando ao lado do Pokémon lagarto. — Você ainda é um Pokémon em
início de treinamento, tem um grande caminho pela frente. Mas não se
preocupe, eu estou aqui para te ajudar a se tornar forte!
O pequeno Charmander então voltou a sorrir como se fosse o Pokémon mais feliz do mundo. Seth também sorriu e se levantou.
— Pronto para continuar com o treinamento? – Perguntou Seth. — Se
não podemos fazer você aprender o Ember ainda então vamos fortalecer
suas garras e aprimorar o Scratch!
Kimmy estava observando tudo. Ela percebeu o quanto Seth tinha
confiança em seus Pokémons, o que certamente estreitava os laços de
amizade entre eles.
— “Ele vai ser um grande treinador.” – Pensou a menina, que logo deu um sorriso.
— O que foi? – Perguntou Seth percebendo o bom humor da nova companheira.
— Ah, não foi nada. – Respondeu Kimmy. — Eu só me lembrei de uma coisa boa.
— Ah, tudo bem então. – Disse o menino voltando aos treinos. — Mas
não fique sorrindo à toa por aí, se não vão achar que você é maluca.
— Vou tentar me lembrar disso. – Falou Kimmy.
Kimmy sabia que ainda não tinha a confiança de Seth, mas ainda
assim se divertia quando estava com ele. Ela queria mudar a situação, e a
melhor maneira de fazer isso seria ajudando o garoto a se preparar para
aquela que seria a batalha mais importante de sua vida desde que
começara sua aventura.
— Bem, o que me diz de eu te ajudar a treinar o Pidgey? – Perguntou Kimmy.
— Como assim? – Seth parecia interessado.
— Bem, você já batalhou com ele?
— Ainda não. – Falou o menino.
— Então vamos ter uma batalha. – Sugeriu a menina. — Os Pokémons
não podem ganhar experiência só com treinos, pois o ritmo de uma batalha
é completamente diferente.
— Faz sentido. Tudo bem, eu topo!
Então os dois se afastaram a uma distância mais ou menos semelhante
à de uma arena oficial. Seth pegou a pokébola do Pidgey e o lançou.
— Pidgey, vai!
Kimmy também pegou a sua pokébola e a arremessou.
— Eu escolho você, Rattata!
— Ah, então você vai usar o Rattata? – Perguntou Seth com um sorriso de canto.
— Eu achei que devia escolher um Pokémon especial para esta ocasião. – Disse Kimmy em um tom provocativo.
— Haha, essa batalha vai ser boa. – Disse o menino. — Pidgey, use o Sand Attack!
O Pokémon voador começou a jogar areia em cima do Rattata para
atrapalhar sua visão. Parecia estar dando certo, visto que o roedor
estava completamente atordoado.
— Rattata! – Gritou Kimmy. Ela não tinha idéia de como fazer o seu Pokémon se esquivar da areia.
— Certo Pidgey, agora ataque com um Tackle! – Falou Seth.
Obedecendo aos comandos de Seth, Pidgey rapidamente investiu
fortemente contra o pequeno Pokémon rato que sofreu alguns danos, mas
nada grave. Rattata logo se levantou.
— Agora é a nossa vez! – Falou a menina, desta vez séria. — Rattata, Tackle!
O Rattata atacou o Pidgey da mesma maneira. Ele era muito veloz,
não dando tempo para Seth ordenar uma evasiva. O menino parou para
analisar a situação, mas logo concluiu que apenas precisava ser mais
cauteloso.
— O meu Rattata é bem mais rápido que o seu Pidgey. – Falou Kimmy. —
Ataques de proximidade nesses casos são uma faca de dois gumes.
— Realmente eu fui negligente e acabei não pensando nisso, mas se o
seu Rattata tem velocidade o meu Pidgey pode voar! – Falou Seth. —
Pidgey, suba!
— Não acha que vai ficar aí pra sempre, não? – Perguntou a menina. — Uma hora você vai precisar descer para atacar.
— Ele não vai precisar descer para atacar. – Falou Seth. — Você
está para presenciar a nossa maior arma! Pidgey, use o Gust!
A ventania criada pelo Pidgey arremessou o Rattata longe. Ele até tentou se levantar, mas não conseguiu.
— Essa batalha foi tão rápida assim? – Perguntou Kimmy.
— Pelo jeito você não treinou o Rattata após tê-lo roubado de mim. – Disse Seth.
— Bem, parece que o seu Pidgey está bem treinado. – Falou a menina sorrindo.
— Que nada. – Discordou o garoto. — Só o treinei uma vez depois de capturá-lo. Bem, agora é a vez do Poliwag.
Seth retornou seu Pidgey, assim como Kimmy retornou o Rattata, e
jogou a pokébola do Poliwag. O pequeno Pokémon saiu e olhou para o seu
novo treinador sorrindo.
— É isso aí carinha! Está na hora de ver suas habilidades. – Falou Seth. — Você deve saber usar o Bubble, estou certo?
— Poliwag! – O Pokémon fez “sim” para Seth, que sorriu.
— Beleza! – Disse o menino. — Assim será mais fácil derrotar o Ginásio!
— Mesmo assim você vai ter que treinar o Poliwag. – Falou Kimmy. —
Eu ouvi dizer que o líder do Ginásio de Pewter é bem forte, e que ele
costuma ser um verdadeiro carrasco para treinadores iniciantes.
— Então quer dizer que ele é bem durão, né? Ótimo! Eu quero uma
batalha bem disputada! – Disse Seth cerrando os punhos e com os olhos
brilhando intensamente. — Poliwag, vamos treinar!
Depois de certo tempo com alguns exercícios de aprimoramento, Seth
percebeu queBubble do Poliwag já estava começando a ganhar força. Foi
então que ele decidiu parar o treinamento.
— Acho que já está bom por hoje. – Disse o menino pegando a pokébola. — Poliwag, volte!
— Foi um bom treino pra eles. – Disse Kimmy. — Acho que a única baixa foi o Charmander não ter aprendido o Ember.
— Isso é muito estranho. – Falou Seth. — Ele já passou do nível nove, era pra ele ter completo domínio sobre essa técnica.
— O que ele tem comido ultimamente? – Perguntou Kimmy.
— Berries. – Respondeu Seth. — Eu dou berries aos meus Pokémons.
— Então não é um problema alimentar. – Analisou Kimmy até que
surgiu uma teoria em sua cabeça. — A não ser que ele seja alérgico a
alguma Berry!
— Não é possível. – Disse o garoto. — Se fosse ele teria outras
reações além dessa. Bom, acho melhor seguirmos para Pewter. Quando
chegarmos ao Centro Pokémon eu vou perguntar ao Professor o que está
acontecendo.
— Ótimo! Já está escurecendo e não estou afim de passar outra noite nessa floresta. – Falou Kimmy.
E assim os dois seguiram caminho até a famosa Cidade das Rochas. Já
era início de noite quando eles chegaram e a cena não poderia ser
melhor. A mistura da aparência antiquada, que era ressaltada pelas
rochas presentes na cidade, com as luzes noturnas de uma cidade era
realmente impressionante. Maravilhados com a cena, Seth e Kimmy fizeram
questão de diminuir o ritmo dos passos para aproveitarem ao máximo a
beleza daquela cidade no caminho até o Centro Pokémon.
Chegando lá eles deixaram seus Pokémons com a Enfermeira Joy local,
Kimmy sentou-se em uma das mesas para descansar e Seth seguiu direto
para as cabines telefônicas no canto do saguão principal. Ele discou os
números rapidamente e logo a imagem do Professor Carvalho apareceu na
tela.
— Professor! – Cumprimentou Seth.
— Ei, Seth! Como vai a sua jornada? – Perguntou Carvalho.
— Indo bem. – Respondeu o menino. — Já estou em Pewter!
— Então quer dizer que logo logo você vai encarar seu primeiro desafio em um Ginásio, não?
— Isso mesmo. Mas eu tenho um problema. – O sorriso do menino deu lugar a um semblante de preocupação.
— O que houve? – Perguntou o Professor sério.
— É o Charmander. – Disse Seth. — Ele já está no nível dez e ainda não consegue usar o Ember!
— Não se preocupe com isso. – Respondeu o Professor. — Inteligente
do jeito que é, você já deveria ter descoberto que Pokémons não são
diferentes de nós. Mesmo aqueles que são da mesma espécie têm suas
próprias características pessoais. O fato de Charmander estar tendo um
pouco de dificuldade para aprender uma técnica de fogo não é nada grave.
— Mas então como eu posso fazer com que ele aprenda? – Perguntou
Seth. — Só com ataques normais nós não vamos derrotar os Pokémons do
Ginásio!
— Tudo o que você pode fazer é ter paciência e confiança em seu
Pokémon. – Disse Carvalho. — Me diga Seth, já capturou algum Pokémon
desde que saiu de Pallet?
— Sim, estou com um Pidgey e um Poliwag agora. – Falou Seth.
— Como você conseguiu um Poliwag nessa área? – Perguntou Carvalho surpreso.
— Na verdade eu não o capturei. – Falou Seth com um sorriso
amarelo. — Foi um presente que eu ganhei de uma amiga por ter ajudado
ela.
— Então você me considera sua amiga? – Perguntou Kimmy sorrindo ao aparecer do nada.
— MAS O QUÊ...!? – Seth de repente ficou vermelho.
— Não precisa ficar sem jeito. – Disse a menina. — Você é o Professor Carvalho, certo? Prazer, eu sou Kimmy, a babá dele.
— Babá coisa nenhuma! – Gritou o menino extremamente envergonhado. — Quem salvou quem da Team Rocket!?
— Vocês encontraram com a Team Rocket? – Perguntou o Professor preocupado.
— Sim, mas demos conta deles. – Respondeu Kimmy.
— Eles eram durões, mas a gente conseguiu derrotá-los. – Falou Seth.
— Tomem cuidado com eles, é um aviso meu. – Alertou Carvalho. — Mas
voltando ao assunto, o fato de você ter conseguido um Poliwag é
esplêndido! Ele vai lhe dar uma grande vantagem contra os Pokémons tipo
pedra de Pewter!
— Sim, eu sei. – Concordou Seth. — Então, Professor, eu vou fazer o
que você disse. Vou ser paciente e confiar no Charmander.
— Faça isso Seth. – Disse o homem. — Quando o Charmander notar essa
confiança, certamente as coisas vão ficar mais fáceis para ele.
— Certo, obrigado. – Falou Seth. — E se puder avisar à minha mãe que eu estou aqui, você faria isso por mim?
— Pode deixar que eu vou avisar à Evelyn que você está bem. – Falou
o Professor sorrindo. — Boa noite Seth. E Kimmy, também foi um prazer.
Cuide bem dele!
— Pode deixar que eu tomo conta. – Falou Kimmy dando um leve riso, fazendo Seth ficar emburrado.
Carvalho desligou o telefone. Seth e Kimmy foram jantar e depois
para os quartos que eles receberam assim que chegaram. No corredor que
dava acesso às escadarias, Seth pôde observar por uma janela o seu
Charmander descansando em uma cama. Ele pôs as mãos no vidro e
sussurrou:
— Você vai conseguir, eu tenho certeza.
A noite passou e o sol já clareava a cidade. Seth acordou, tomou
banho e se vestiu. Quando ia saindo do quarto para tomar o café da manhã
ele encontrou Kimmy encostada na parede do corredor esperando por ele.
— E então? – Perguntou a menina. — Hoje é o grande dia!
— É sim. – Disse Seth com um leve sorriso.
— Nervoso?
— Um pouco, mas também estou confiante. – Respondeu.
— Vai dar tudo certo. – Disse Kimmy sorrindo.
Os dois desceram, tomaram o café da manhã, pegaram seus Pokémons e
entregaram as chaves dos quartos. Saíram do Centro Pokémon e foram
caminhando pela cidade. Não demorou muito até que encontrassem uma
grandiosa construção de pedra. No alto do prédio estava escrito “Pewter
Gym”. Aquele era o local onde Seth daria o primeiro passo em direção ao
seu grande sonho. Eles adentraram o local, onde viram uma grande arena
com arquibancadas em volta. Do outro lado do local eles viram uma
silhueta. A pessoa que lá estava logo perguntou:
— Quem está aí?
— Meu nome é Seth Anderson! – Respondeu Seth com seriedade. — Venho
da cidade de Pallet e quero um desafio com o líder deste Ginásio!
— Está atrás de uma das insígnias da Liga Pokémon, certo? – Perguntou a voz.
— Isso mesmo, e não vou sair daqui sem ela! – Falou Seth convicto de seus objetivos.
— Então hoje é seu dia de sorte garoto, porque estou com uma enorme vontade de batalhar! – Falou a voz.
Seth finalmente chegou à Pewter e está pronto para
encarar o Ginásio local. Será que ele vai conseguir sua primeira
insígnia? E quanto ao Charmander? Ele aprenderá a usar o Ember? O que
esta batalha reserva para este humilde garoto que começa a sentir na
pele tudo aquilo com o qual ele sempre sonhou?
Eduardo_Vieira_- Treinador Iniciante
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